Matéria sobre blogs na Folha

A FSP de hoje publicou uma matéria sobre blogs, blogosfera, Gawker media e a blogosfera como uma nova bolha da internet e que seu impacto não deve ser tão grande quanto o anunciado. Achei estranho não citarem o papel do “citzen journalism” nos grandes eventos desse século, não falarem da cobertura dos atentados, do Tsunami e de vários outros casos que corroboram o fato de que blogs/fotologs/moblogs realmente mudaram muita coisa na forma que as notícias são passadas e interpretadas por nós. É um fenômeno restrito? é. O mundo inteiro ainda não está online. Mas estamos em um momento de transição. Como diria o Rushkoff, estamos vivendo a tecnologia do futuro mas pensando em preceitos do passado. Ainda estamos pensando de acordo com o que nos foi passado na revolução industrial. Ainda pensamos muito de uma forma top-down e isso não corresponde a realidade que vivemos e que a tecnologia nos proporciona.

Na real, acho que tem espaço para os dois e acho que há a possibilidade de fazermos com que haja uma sinergia entre o citzen journalism e a mídia tradicional de forma que eles se retroalimentem e façam com que tenhamos visões menos viciadas das tendências nas informações que recebemos.

Acho que nesse novo mundo o modelo do Digg( e do Overmundo) tem mais a acrescentar do que de subtrair. Como diz o artigo da Folha:

E então, logo antes da eleição presidencial de 2004, o “blogging” passou por seu momento “Encouraçado Potemkin”, quando multidões de blogueiros partidários surgiram para derrubar o leviatã da CBS, Dan Rather, por este ter divulgado memorandos supostamente falsos sobre o serviço militar prestado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, na Guarda Nacional.
Isso pareceu comprovar uma das maiores afirmações feitas em favor dos blogs: que a inteligência coletiva do público da imprensa era maior que a inteligência coletiva de qualquer jornal ou programa de notícias.

E é exatamente isso. As possibilidades dos blogs/fotologs/moblogs não se encerram na blogosfera. Elas começam ali e a tendência, na minha opinião, é que se espalhem pela mídia tradicional e infestem os hábitos de navegação na web de todos, tentando sempre fazer com que as pessoas pensem por elas mesmas, baseadas em diversas opiniões diferentes.

Ou então, em um cenário mais provável, fechar as pessoas no seu círculo de opiniões e deixar todo o mundo simplesmente dividido em nichos e segmentos cadas vez menores.

Pirações conceituais à parte, é isso.

Não se esqueça de ler: We The Media

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